Com a intenção de aprofundar as relações entre dentro e fora, ampliar o olhar para esse entorno e conhecer o bairro, fomos para além dos muros da escola. Andar pelas ruas, vivenciar uma cidade viva, conversar com as pessoas que vivem naquele bairro, descobrir lugares nunca antes vistos…
Habitar, conhecer e se reconhecer como pertencentes a este bairro. Assim, elaboramos um projeto que pudesse colher o ponto de vista das crianças e suas abordagens de construção de conhecimento em relação às dimensões espaciais.
O que tem em volta da escola?
Registro ou hipóteses sobre o entorno o que tem em volta da escola?
Conhecendo o beco em frente à escola
Após o passeio, as crianças foram convidadas a desenhar seu corpo em diálogo com os enormes grafites do beco em frente à escola, em um papel comprido, intencionalmente proposto.
Na relação com a gráfica pensaram na proporção, tamanho, perspectiva, ocupação do papel e cores.
Continuidade – um novo convite para conhecer o bairro pelas histórias dos moradores
A relação com os moradores e com o lugar mudou o ponto de vista do grupo e nos possibilitou entrar em contato com a história viva do bairro pelo olhar dos moradores. Andar a pé pelo bairro ampliou a noção de mundo das crianças, que ao se relacionarem com a cidade, transformaram e foram transformadas por ela.
“A gente brincava no rio onde era a escola. Aqui era só terra, não passava nem carro, e em volta da escola tinha um rio que eu tomava banho. Tinha uma ponte de madeira que eu atravessava…”.Sr. Edson
Saber que hoje, onde existe a nossa escola, antigamente havia um rio, além de aguçar a imaginação das crianças também fez com que elas entrassem em contato com as mudanças da própria cidade.
Aprofundamento – registro gráfico do trajeto feito pelo grupo.
Ampliação do olhar das crianças sobre o bairro
Surgiu uma diversidade de representações gráficas.
Uma das estratégias usadas pelas crianças no desenho foi buscar um ponto de partida para encontrar referências e orientação.
A linguagem do desenho possibilitou a elaboração e expressão dos pensamentos, ideias, memória da experiência e diferentes pontos de vista.
Aprofundamento – registro fotográfico
Em outros percursos, entregamos a máquina fotográfica e provocamos as crianças a registrarem seus pontos de vista do trajeto.
Fotos reveladoras de olhares singulares sobre a cidade. Além de proporcionar desafios inerentes ao próprio aparato máquina, como enquadramento, foco e manuseio, a fotografia nos diz sobre o olhar das crianças – para onde olham e o que lhes chama a atenção. Conseguem nos mostrar sutilezas, detalhes e texturas da cidade. (linguagem fotográfica)
Continuidade
Retomada da intenção inicial do projeto para ampliação e abertura de novas indagações e aprendizagens.
Convite: para que as crianças usassem seus conhecimentos sobre dimensões espaciais (tamanhos, proporções, perspectivas, planos, orientação espacial), relações construídas com o bairro/cidade (afetivas, visuais, memórias) para representação e atualização de um novo mapa do bairro com o uso outros materiais e linguagens (blocos de madeira e construção).